A retinopatia diabética é uma complicação da diabetes que afeta o olho, mais concretamente a retina. Durante os anos de evolução da diabetes, os vasos sanguíneos que irrigam a retina deterioram-se provocando a perda de visão levando inclusive a cegueira.
Os anos de evolução da diabetes, sobretudo se esta estiver mal controlada pode provocar esta doença. Se lhe acrescentarmos fatores de risco como a obesidade e a hipertensão podemos ter muitas complicações e sofrer de retinopatia.
Uma glicemia alta mantida durante muito tempo provoca danos nas paredes dos vasos sanguíneos, isto resulta numa maior permeabilidade do fluxo sanguíneo para fora dos vasos causando microaneurismas, inflamação e hemorragias e a proliferação dos vasos em uma etapa mais avançada da doença.
Num primeira fase, a lesão dos vasos sanguíneos podem derramar sangue ou outros fluídos nos tecidos, criando uma inflamação da retina, e depositar materiais transportados pelo sangue. Neste ponto, a retinopatia pode passar despercebida ao diabético e não provoca nenhuma perturbação na sua visão. A esta chama-se retinopatia não proliferativa.
Numa etapa mais avança da complicação, chamada retinopatia proliferativa, a retina tenta formar novos vasos sanguíneos para reparar os danos com o objetivo de obter oxigénio e os alimentos que necessita para funcionar adequadamente. Não obstante disso, os vasos criados são muito débeis e têm uma maior probabilidade de sangrar e derramar fluído. Se existir derramamento, uma parte do olho chamada corpo vítreo pode ser severamente prejudicada e criar muitas complicações na sua visão.
Pode realizar exercício físico?
Qualquer paciente que conheça esta sua complicação deverá fazer uma exame ao fundo do olho, seja qual for a sua gravidade e repetir este exame num período de 12 meses. Ademais deverá informar o seu médico especialista da intenção de realizar exercício.
Os pacientes com retinopatia moderada devem evitar os exercícios que aumentam consideravelmente a pressão arterial como os levantamentos com muito, a manobra de valsalva, etc.
A Manobra de Valsalva consiste na capacidade de bloquear a respiração por um período de tempo, impedindo a entrada e saída de ar pela boca e nariz. Durante o exercício, um paciente com retinopatia deverá estar muito atento a bom controlo da respiração para que desta forma não aumente a pressão intracraniana e não correr o risco de agravar a lesão.
Quando existe uma retinopatia grave, deve-se evitar exercícios que aumentem a pressão arterial bruscamente e atividades que exijam movimentos bruscos ou de baixar a cabeça, situações que se podem dar na ginástica ou yoga. Também se deve ter especial atenção a desportos de contacto, como o boxe, e inclusive os desportos de oposição como o futebol, o basquetebol, o andebol e entre outros.
Para a retinopatia proliferativa ativa e fotocoagulação ou cirurgias recentes é contra-indicado realizar qualquer tipo de exercício físico ou esforço.
Os exercícios aerróbicos mais recomendados são de baixa intensidade e de baixo impacto, como a bicicleta ergométrica, caminhada, natação e aqueles exercícios que permitem manter a pressão arterial sistólica elevada durante a atividade abaixo de 170 mmHg.
Referências:
http://www.dmedicina.com/enfermedades/oftalmologicas/retinopatia-diabetica
ACSM & ADA. Position Statement: Diabetes Mellitus and Exercise.
http://entrenaconluismi.wordpress.com/
Soluções Físicas.